

Pois bem, meu pai dizia que falava com o sol e juntava meus irmãos e eu ao redor dele; fechava os olhos e conversava com a entidade sol e lhe perguntava o que ele tinha trazido para nós. De repente, depois de muita conversa jogada fora, ele nos dizia para procurarmos em determinado lugar, fosse a sala, os quartos, a cozinha, para acharmos o que o sol havia reservado para nós. Meu pai tratava de sempre conseguir um presentinho para cada um de nós. Era uma felicidade e, para mim, um alumbramento, como meu pai tinha o dom de falar com o sol? Pois, a presença do sagrado, o inefável, o impossível, sempre me acompanhou ao longo de meus anos: é o que acredito sempre me levar para frente em todas as situações, boas ou más, para que eu não desista de conseguir meus sonhos, projetos, enfim, o mundo do faz de conta, da minha conta! Tomei de empréstimo a idéia luminosa e a reproduzi algumas vezes para as minhas filhas.
José Carlos Peliano, 61 anos, poeta e economista.
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