3 de mai. de 2009

Cinderela em quadrinhos


inha mãe sempre me deu livros e revistinhas de presente. Meu irmão mais velho colecionava livros de ficção. Minhas tias Teresinhas (eu tenho duas) eram leitoras obsessivas e tinham uma estante abarrotada, cada uma em sua casa. O resultado dificilmente seria outro: desde pequena minha companhia constante é a literatura. Mas em cada fase temos nossas preferências.

Meu livro preferido entre os 8 e os 9 anos foi uma edição da Cinderela em quadrinhos que ganhei de uma prima do interior. Achava fascinante ver, cena a cena, a história daquela menina órfã, abandonada pelo pai às garras de uma madrasta que já tinha duas filhas megeras. Eu simplesmente não parava de ler! Lia deitada, lia sentada. Um dia comecei a ler de trás pra frente. Depois lia pulando páginas e voltando pra ler o que faltava. Acho que aquela coisa de salvamento milagroso (os bichinhos ajudando-a a costurar as roupas) e de justiça final (o príncipe encontrando a verdadeira dona do sapatinho) confortava de alguma maneira a minha alma. Criança tem medo das coisas. E a Cinderela me dizia pra eu confiar, que tudo daria certo no final das contas.


Adélia Nicolete, 44 anos, dramaturga.

3 comentários:

  1. Adelia, tá mais que na hora da senhora também ter um blog né nao??

    adorei o blog e a nova escritora...mille bacci, Elaine

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  2. Adorei Adelia!
    Eu também tinha medo. Às vezes para continuar a leitura, pulava para a última página só para ver se tudo acabava bem. Tomava fôlego e coragem com a página salvadora e só então voltava para o trecho terrível. Quando o medo batia de novo, repetia "tudo vai dar certo".
    Adorei o site.
    Parabéns a todos
    Cris

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  3. Adri, a ilustraçao vale mais que as mil palavras. me senti a propria Cinderela. Obrigada!

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