

Mas a minha estória preferida de todas foi por muito tempo João e Maria. Isso começou na época em que passamos necessidade lá em casa e eu me sentia como os dois meninos pobres e desamparados. Eu também sonhava encontrar uma casinha de doces como aquela. Mas eu saia na rua e só via cascalho.
Nossa imaginação era estimulada de muitas formas, naquela época agente não era tão envolvido com televisão. O quintal, por exemplo, era um encantamento só. Dia de chuva não dava pra brincar lá fora. Agente lia. Lia e admirava aquele mofo mágico que subia pelas paredes. Em suas manchas avistávamos um lindo bosque sob a neblina.
Será que ainda faz sentido falar em floresta para as crianças de hoje?
Rodrigo Alvarenga, 31 anos, embusteiro e contador de histórias.
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