17 de mai. de 2009

A vingança do matinho


uando eu estava no jardim, representamos a peça “A linda rosa juvenil” na chegada da Primavera. A menina mais bonita da classe foi escolhida para ser a Rosa. O mais alto e mais forte, foi o Rei. A esquisitona, foi a bruxa.

Eles eram os “especiais”. Nós, os comuns mortais, éramos simplesmente o matinho que crescia ao redor. Balançávamos de lá para cá conforme o vento. Posso dizer que fiquei revoltada. Desde então no meu caminho, Rosa, Rainha ou Bruxa, faço de tudo para não ser, ainda, apenas e tão somente o matinho que cresce ao redor.

Reproduzo aqui a cantiga que deu origem à peça.

A linda Rosa juvenil, juvenil, juvenil
.
A linda Rosa juvenil, juvenil.
Vivia alegre no seu lar, no seu lar, no seu lar.

Mas uma feiticeira má, muito má, muito má.
Adormeceu a Rosa assim, bem assim, bem assim.

Não há de acordar jamais, nunca mais, nunca mais.

O tempo passou a correr, a correr, a correr.

E o mato cresceu ao redor, ao redor, ao redor.

Um dia veio um belo rei, belo rei, belo rei.

Que despertou a Rosa assim, bem assim, bem assim.
 

Digamos ao rei muito bem, muito bem, muito bem.


Florinda Pertence, 30 anos, paisagista.

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