10 de mai. de 2009
De um porquinho...
ra uma vez, no tempo em que os animais ainda falavam, três porquinhos que viviam felizes na casa da sua mãe. A mãe fazia tudo pelos filhos, sendo que dois deles não ajudavam a mãe em nada. Já o terceiro sofria muito de vê-la trabalhando sem parar.
Meu pai contava esse história incessantemente, hoje sei bem o que ele queria com isso: queria nos educar para colaborarmos mais com a nossa mãe. Somos três homens em casa e eu sempre senti que minha mãe fazia tudo por nós enquanto meus irmãos eram uns folgados. Lembro do meu pai frisando bem que dois dos porquinhos eram preguiçosos e o terceiro era muito apegado à mãe, que fazia tudo pelos filhos, sem nenhum reconhecimento.
Cresci assim, olhando minha mãe, prendada e dedicada. Quando meu pai morreu, meus dois irmãos encostaram-se à aposentadoria que ele deixou para ela. Isso me revoltava e me fazia dedicar mais a ela. Quando meu irmão começou a se envolver com coisas mais pesadas eu tinha que ajudar a cuidar dele também e às vezes pensava: Porque a minha mãe não leu ela mesma os três porquinhos!? Teria nos mandado morar sozinhos para aprendermos a ter responsabilidade na vida e teria sido outra a nossa história.
Ainda moro com minha mãe, mas não me esqueço que tenho a meta de construir para mim uma casa mais resistente como a casa de tijolo da história. Acho que até agora construí uma casinha de madeira. Não que eu seja preguiçoso como os porquinhos, mas cuidando da minha mãe sozinho acabo caindo uma armadilha! Será que é complexo de Édipo? Ahahahah! Não acredito!
O que mais me influenciou nesse conto foi ver que o quanto ele pode de fato representar a vida real das pessoas. Ouvi-lo quando criança na linguagem infantil nos oferece possibilidades de fazer escolhas e decidir os caminhos a seguir. Com certeza não escolhi construir meu alicerce de palha, mas ainda não fiz minha fundação consistente. Sei bem onde quero chegar: na minha linda casinha de tijolos!
Samir Isaac, 30 Anos, cabelereiro.
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