Foi assim a minha relação inicial com os livros, com as histórias encantadas e esse amor me acompanhou a vida toda, fazendo com que eu adorasse ler, com uma paixão intensa, emocionando-me ao entrar numa livraria, deliciando-me ao folhear as páginas de um livro, libertando-me através das palavras mágicas de uma história ou de um poema.
Com esse mesmo amor, contei histórias para os meus filhos. Histórias de livros, histórias de boca, histórias ouvidas e repetidas no aconchego de minha cama, onde a plenitude se instalava ao vê-los de pijamas, mamadeiras e fraldas, e a minha voz repetia o mesmo ritual de amor que vivi quando a criança ainda era eu. Assim, eu estava dizendo a cada um deles um ‘eu amo você, a vida é bela, tudo vai dar certo e você vai ser feliz para sempre’. Ainda hoje, de vez em quando, repetimos esse mesmo ritual e, magicamente, ficamos completamente preenchidos de amor.
Quando criança, ganhei uma máquina de datilografia rosa-choque. Foi a glória. Ali iniciei a minha carreira de escritora, aprendendo a fazer casas de livros para outras pessoas morarem nelas e nelas sonharem, como conta Lygia Fagundes. Hoje, o notebook ocupou o lugar da minha máquina – que está num lugar de honra no quarto de minha filha – e as histórias não estão apenas nas folhas de papel, mas estão espalhadas pelo mundo através das páginas da internet. Os textos ainda são científicos, em sua maioria, mas, aos poucos, os dedos vão tomando vida própria e toda minha alma vai entrando em transe e a história começa... Era uma vez...
Por que escolhi Pele de Asno como o conto de fadas da minha vida? Além de representar um vínculo amoroso com minha mãe, uma viagem ao tempo seguro da infância, descobri, já adulta, que tive que colocar uma pele de asno para encobrir a minha beleza, o meu potencial criativo, a minha inteligência, a minha liderança, enfim, o meu modo singular de ser no mundo e de brilhar. Não é nada fácil para uma mulher, numa sociedade patriarcal, assumi a sua força. Enfrentei muita exclusão, solidão e isolamento porque era muito inteligente, porque só tirava dez, porque inventava formas incríveis de apresentar meus trabalhos, porque era sempre eleita representante de classe, porque era bem-feita, porque minha família era uma delícia (apesar das dores), porque meu namorado me amava, porque minha poodle era linda, porque me comunicava com o coração.
A inveja foi um sentimento muito forte e destrutivo no meu caminhar e fiz o que pude para esconder do mundo e das pessoas que eu amava, que faziam parte do meu círculo pessoal de amizades, o meu brilho, com medo delas fazerem a mesma coisa que as colegas da escola e, depois, do trabalho, usando-me quando precisavam dos meus conhecimentos, do meu cérebro, e me ridicularizando e isolando, machucando o meu coração e a minha alma.
Foi tão forte esse sentimento de exclusão e de uso, de não ser vista e amada como uma pessoa inteira, que troquei de colégio só para não ser mais reconhecida apenas pela minha inteligência. Quantas vezes não fiquei calada para não dar a resposta certa e ser mais uma vez excluída do grupo, desejando com toda a minha essência ser apenas ‘medíocre’!! Quantas vezes não rebatia alguns elogios que surgiram mais tarde nas minhas relações profissionais, sempre apontando algum defeito, para que não fosse mais uma vez rejeitada!!
Depois de muito chão de vida – hoje aos 42 anos – e de muita terapia, pude tirar minha pele de asno, sem medos e sem precisar fugir, e comecei a assumir o meu potencial e as minhas dificuldades com muita tranqüilidade. Como me comunico muito bem, tenho arrasado em palestras, aulas, programas de televisão, artigos e até já consegui colocar na internet um site (www.caleidoscopio.psc.br), onde compartilho o meu caminhar. Trabalhando com mulheres em oficinas que têm o objetivo de resgate do feminino, observo que muitas delas também usam suas peles de asnos para esconderem o seu potencial, pois se sentem ameaçadas pelos seus maridos, seus filhos e até pelas suas amigas. Que esse trabalho possa ajudar cada uma delas a tirar a pele de asno e assumir o seu destino de brilho e felicidade! (...)
A inveja foi um sentimento muito forte e destrutivo no meu caminhar e fiz o que pude para esconder do mundo e das pessoas que eu amava, que faziam parte do meu círculo pessoal de amizades, o meu brilho, com medo delas fazerem a mesma coisa que as colegas da escola e, depois, do trabalho, usando-me quando precisavam dos meus conhecimentos, do meu cérebro, e me ridicularizando e isolando, machucando o meu coração e a minha alma.
Foi tão forte esse sentimento de exclusão e de uso, de não ser vista e amada como uma pessoa inteira, que troquei de colégio só para não ser mais reconhecida apenas pela minha inteligência. Quantas vezes não fiquei calada para não dar a resposta certa e ser mais uma vez excluída do grupo, desejando com toda a minha essência ser apenas ‘medíocre’!! Quantas vezes não rebatia alguns elogios que surgiram mais tarde nas minhas relações profissionais, sempre apontando algum defeito, para que não fosse mais uma vez rejeitada!!
Depois de muito chão de vida – hoje aos 42 anos – e de muita terapia, pude tirar minha pele de asno, sem medos e sem precisar fugir, e comecei a assumir o meu potencial e as minhas dificuldades com muita tranqüilidade. Como me comunico muito bem, tenho arrasado em palestras, aulas, programas de televisão, artigos e até já consegui colocar na internet um site (www.caleidoscopio.psc.br), onde compartilho o meu caminhar. Trabalhando com mulheres em oficinas que têm o objetivo de resgate do feminino, observo que muitas delas também usam suas peles de asnos para esconderem o seu potencial, pois se sentem ameaçadas pelos seus maridos, seus filhos e até pelas suas amigas. Que esse trabalho possa ajudar cada uma delas a tirar a pele de asno e assumir o seu destino de brilho e felicidade! (...)
oie estava procurando por contos e achei o teu blog..
ResponderExcluirAdorei....
Visita o meu se der...
Virei uma seguidora... XD